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Tuesday, September 27, 2016

Entrevista a Eckhart Tolle: Os pensamentos já não me controlam.

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Entrevista a Eckhart Tolle: 
Os pensamentos já não me controlam.




Será possível silenciar a voz incansável que fala sem parar, na nossa mente? De quem é que será essa voz? Será possível ir para além do pensamento? Essas foram as perguntas que acossaram Eckhart Tolle durante um tempo. O ruído na sua mente foi crescendo até que esta entrou em colapso no meio da angústia e da ansiedade. A voz da mente calou-se e os seus pensamentos deixaram de o fazer sofrer. Os espaços de silêncio entre pensamentos, aumentaram e a paz e tranquilidade instalaram-se na sua vida.

De repente, como num relâmpago, conseguiu o estado que os monges zen, nos seus mosteiros, perseguem durante décadas e muito poucos alcançam. Como consequência desta experiencia, abandonou o seu cargo de investigador na Universidade de Cambridge e dedicou-se a dar seminários pelo mundo, falando da importância de dominarmos os nossos pensamentos, que sempre foram os nossos donos e de viver o momento presente, porque é o único que existe. Pessoalmente transmite autenticidade e as suas conferências são uma viagem ao momento do agora, esse lugar que se encontra entre dois pensamentos.



Os seus livros, El poder del Ahora, Una Nueva Tierra e El Silencio Habla, são um compêndio dos ensinamentos deste mestre espiritual contemporâneo. Encontramo-nos com Eckhart Tolle em Barcelona e esta foi a conversa que mantivemos:


Fizeste uma descrição muito correcta do ego. Como foi que conseguiste tanta clareza?

Tudo começou uma noite em que experimentei uma espécie de transformação da consciência. De repente, no dia seguinte encontrei-me num estado de paz interior que nunca mais me abandonou. Desde então sempre tenho no mais profundo de mim, esse estado de paz. Antes tinha vivido em estados de depressão e ansiedade e quando me sucedeu aquela transformação, não o entendi, não fazia ideia do que me tinha acontecido, só sabia que estava em paz.

Demorei alguns anos para compreender gradualmente o que me tinha acontecido. Comecei a ler livros espirituais, textos antigos e alguns novos; estava a tentar comparar o que me tinha sucedido a mim com o que esses livros diziam. Uma coisa estranha sucedia-me cada vez que abria um livro espiritual hindu ou cristão: entendia imediatamente a essência. Os textos e conversas com os outros mestres espirituais, monges budistas, iogues…explicaram-me o que me tinha passado. Dois anos depois da transformação, eu estava num Monastério a falar com um monge budista zen que me disse que o essencial do zen consiste em ir mais além do pensamento. Então entendi que isso tinha sido o que me tinha sucedido, porque depois de aquela noite os meus processos mentais tinham-se reduzido aproximadamente um 80%, em relação ao que eram anteriormente.

Na minha mente havia muitos espaços sem pensamentos, não inconscientes, mas sim muito conscientes, mas sem processo mental. O estado de paz sempre tinha estado aí, mas estava oculto pelo ruido mental contínuo e gradualmente comecei a entender qual era a essência da transformação espiritual. Todos os mestres falam da mesma coisa; utilizam palavras diferentes mas no fundo todos se dirigem para o mesmo estado. Depois reconheci-o também nos evangelhos de Jesus, nalgumas coisas que Ele disse. Eu sabia que detrás daquelas palavras havia alguém que também o sabia.

Como foi que surgiu o livro “O Poder do Agora”?

Depois da transformação, as pessoas que encontrava nas ruas ou por casualidade, começaram a fazer-me perguntas. Muitas vezes eu não sabia a resposta até que a escutava a sair da minha boca. Esse foi o princípio deste ensinamento espiritual que se desenvolveu de forma muito informal. Dois ou três anos depois, alguém me chamou “mestre espiritual”. Fiquei muito surpreendido. Às vezes eu anotava as coisas que dizia, para recordá-las depois, porque até então eu não sabia que o sabia e alguns anos mais tarde, utilizei essas notas quando escrevi o livro.

Tiveste uma experiencia de despertar espiritual muito forte. Pensas que todo o mundo deve passar pelo mesmo ou pode ser de outra forma?

Uma mudança tão radical sucede a muito poucas pessoas. Para quase todos, é uma mudança gradual ou um processo que não se parece em nada ao que me sucedeu. Não sei porque me aconteceu a mim, mas assim foi. Para quase todos os que conheço, trata-se de uma transformação gradual.

Quando te perguntas: porque me sucedeu a mim? Tens alguma intuição sobre a resposta?

Eu sei que o sofrimento foi uma parte muito importante no meu despertar. Sem esse sofrimento emocional, essa transformação não teria ocorrido. Isso foi fundamental. Mas nunca me faço essa pergunta de porque me sucedeu. Vejo-o de outro modo; não é que algo me tenha sucedido a mim, mas sim que o meu “eu” tornou-se quase transparente e então algo, que sempre tinha estado mais além do “eu”, um poder muito maior, começou a surgir.

Agora que vendes milhões de livros e dás conferências, perante grandes audiências, suponho que muita gente já te idealizou. Como lidas com isso?

São projecções, porque eles pensam que eu sou especial. Mas todo o poder do ensino espiritual vem através desta forma que sou, pelo simples facto de que eu sei que não sou ninguém especial. Muita gente identifica o poder do espirito, que vem através da forma, com a forma e é muito importante não aceitar essas projecções. Eu sou muito consciente delas e não as aceito, penso que são ilusões.
No momento em que eu pensasse que sou muito especial, estaria a identificar-me, novamente, com um pensamento condicionado. Eu sei que isso já aconteceu com alguns mestres espirituais. O perigo ainda é maior quando se vive num “ashram”, rodeado de discípulos e sem contacto com outras pessoas. Passados alguns anos começas a acreditar que és o que os outros crêem que és. E o ego regressa. Já o vi nalgumas pessoas.

Falas de ir mais além do pensamento. Para pessoas que estamos habituadas a estar quase sempre identificadas com o pensamento, como podemos imaginar esse outro estado que propões?

Não é preciso imaginá-lo. Quase todos são capazes de experimentar, ainda que seja por um brevíssimo momento o que significa estar sem pensamentos e ao mesmo tempo estar plenamente consciente. A maioria das pessoas não se dá conta de que, nalguns momentos, inclusivamente num dia normal, existem sempre, esses intervalos muito pequenos entre dois pensamentos. As pessoas que não têm esses intervalos estão muito doentes psicologicamente. Mas se na tua vida ainda existe, de vez em quando a alegria de ser ou o amor, a compreensão ou a beleza; se respondes interiormente a algo belo, isso significa que existem esses intervalos, porque é de aí que eles surgem.

Os pensamentos não podem reconhecer a profundeza do que é lindo. O amor ou a compaixão não vêm através dos pensamentos, vêm de uma dimensão mais profunda e as pessoas que não têm acesso a essa dimensão nunca experimentam a beleza, o amor, a compaixão ou uma alegria mais profunda do ser. Nesta civilização louca (risos), há pessoas que já não têm na sua vida, essas experiências de amor, beleza e paz interior, de vez em quando; falta-lhes tudo isso e nessas pessoas o ruído mental continua, sem interrupções.

Qual é o primeiro passo para silenciar a mente?

Tomar consciência de que esses espaços existem num dia normal. Quando estás a olhar uma árvore, ou o céu, as nuvens, etc., nesse momento não existe nenhum pensamento. Somente a percepção e a consciência através da qual a percepção sucede. Um espaço. O primeiro passo consiste em dar-se conta de que sem fazer nada, existem alguns espaços na nossa vida. Depois, podem-se buscar esses espaços activamente. Eu recomendo fazer coisas que fazemos normalmente, como lavar as mãos, tomar um café, caminhar, subir a escada, no ascensor…sendo conscientes do acto e do momento e sem fazer disso um meio para um fim, mas um objectivo em si mesmo. Lavar as mãos e sentir a água e o sabão, secá-las…somente a percepção e a consciência.

Outra coisa que também recomendo é que quando entres no carro, feches a porta e fiques uns trinta segundos sem fazer nada, somente a sentir o corpo, a vida dentro dele. Não é muito, 30s, mas muitos destes momentos num dia dão início a uma mudança. Esses pequenos momentos nos que não pensamos senão em que estamos conscientes sem pensar. É mais importante ter muitos momentos pequenos durante o dia do que estar numa meditação de meia hora todos os dias e depois passar todo o resto do dia sem ter espaços. Então começa uma mudança, surge a consciência não condicionada, a consciência pura.

O resto, os pensamentos, são uma forma de consciência condicionada pelo passado. Quase toda a gente está presa num sentido do “eu”, que depende dos pensamentos condicionados e uma imagem mental que tem de “quem sou”, ou seja, uma identidade que depende dos pensamentos. Isso significa mover-se na superfície da vida sem nunca ir mais profundamente. Uma vida desse modo é muito insatisfatória, sempre com sofrimento. Se a tua vida se desenvolve somente na superfície do ser, que é quando te identificas sempre com os pensamentos, então está-te a faltar profundeza e estás a sofrer.

Se eu não sou os pensamentos, então quem sou eu?

Não és os pensamentos, és o espaço desde o qual surgem os pensamentos. E o que será esse espaço? É a mesma consciência. A consciência que não tem forma. Tudo o resto, na vida, tem forma. Em essência somos essa consciência sem forma que está por trás dos pensamentos. Mas para experimentá-la é necessário uma experiência de tranquilidade interior. Se eu tenho apenas um momento de tranquilidade desperta, por dia, que me faz sentir como é, já entendo o que é a consciência não condicionada, mais além do pensamento. Uma pessoa que não tem esse momento, nem sequer um momento, não pode entender de que estamos a falar agora. Não o entenderia.

No mundo espiritual, existe uma corrente que costuma usar canalizações, mestres, guias, etc…no entanto os teus ensinamentos são muito simples, muito práticos. Que diferença há entre estas duas vias de conhecimento?

Desde o meu ponto de vista, esta forma de ensino vai até à própria Fonte. Existem outras formas que vão a um nível intermédio que ainda não tem forma. Há muitos níveis e cada tipo de instrução tem o seu lugar e as pessoas serão atraídas pela que corresponde ao seu interior. Estes ensinamentos não têm nada que ver com a forma, vão directamente à Fonte do ser e por isso são mais simples. Todas as intermédias são mais complicadas e quanto mais perto da superfície, mais complicadas, quanto mais profundas mais simples são.

Já chegaste a alguma conclusão sobre o que há depois da morte?

De alguma forma, quase posso dizer que já morri, porque se não estás identificado com a forma, o que resta é o eterno que não tem forma. Entrar nesse estado, conscientemente é encontrar a morte antes que ela te encontre a ti (risos) e se entras já na dimensão que não tem forma e entraste na morte, dás-te conta de que o que chamamos morte na realidade é a vida sem forma. A morte é apenas a dissolução da forma e fica a vida, o que Jesus chama de “Vida Eterna”. Por isso a morte, incluindo a que sucede perto de ti quando alguém falece, é sempre uma possibilidade de realização espiritual. Detrás de cada falecimento esconde-se a graça.

Então, para que é que estamos aqui?

Estamos aqui para que a consciência possa florescer através desta forma e entrar no mundo das formas para transformá-lo. O propósito da vida, no mais profundo, é ser como uma porta para a dimensão sem forma, que então entra no mundo das formas e o converte em algo que já não é hostil.

No livro “Uma Nova Terra”, estabeleces uma relação entre o que está a suceder no mundo a nível de catástrofes climáticas, etc., com o estado de consciência dos seres humanos. Poderias desenvolver essa ideia um pouco mais?

O que experimentamos como vida exterior, as situações que encontramos, as coisas que sucedem, as relações que temos, quer dizer, o modo em que a pessoa experimenta a vida, é sempre um reflexo da sua consciência, do seu estado interior, do estado da mente. Por exemplo, se uma pessoa está sempre rodeada de pessoas violentas, encontrar violência em todas as situações, significa que existe algo dentro dela que é uma força violenta, agressiva. Estas pessoas estão inconscientes desta situação e uma pessoa completamente inconsciente experimenta o seu próprio estado como coisas que lhe sucedem desde o mundo exterior. Se uma pessoa assim se tornasse consciente, de repente, seria capaz de ver que dentro de si própria, existe violência emocional ou mental e então começaria a transformação.

Como pensas tu que a Humanidade estará dentro de 50 anos?

Eu vejo-a deste modo: As coisas estão a piorar e a melhorar simultaneamente. Existem duas correntes: a corrente inconsciente que desde há milhares de anos tem sido a corrente dominante e que continua a ficar cada vez mais demente e a criar mais destruição, ao mesmo tempo que a corrente da consciência nova, não condicionada, espiritual, está a surgir. A pergunta é: Até que ponto o movimento da corrente inconsciente irá continuar? Seguramente irá ter um efeito cada vez mais destrutivo no planeta, mas ao mesmo tempo, também se está a desenvolver a consciência nova.

Ninguém sabe, nem eu também, se a Humanidade se está a separar em duas espécies distintas. É uma possibilidade que uma parte da Humanidade não entre na consciência nova e outra sim; então faz-se uma separação como se fossem duas espécies diferentes. Outra possibilidade é que ao mesmo tempo que há cada vez mais destruição, a consciência que está a despertar chegue a um ponto crítico e quando o alcance, os inconscientes também se sintam arrastados à consciência. É muito possível que ao ver a destruição e sofrimento que criaram, sejam atraídos pela consciência nova. Eu vejo estas duas possibilidades, mas como não sou clarividente, não sei o que irá suceder. Ainda que não creio que a consciência velha e destrutiva, continue a ser a dominante, porque cada vez há mais gente a despertar.

Acreditas que existe um plano para a evolução da consciência ou isso é algo que se vai delineando no caminho?

Ambas. Há uma meta para o Universo. Existe um impulso evolutivo e está a dirigir-se para um ponto. Nesse sentido creio que há um plano, mas todos os detalhes se desenvolvem espontaneamente. Existe um plano muito grande que alguém jamais será capaz de entender através do pensamento. Às vezes eu sinto o que é, mas nunca poderia expressá-lo.

Como é um dia comum na tua vida?

Muito simples. Eu penso relativamente pouco. Na vida diária, se estou com uma pessoa, eu escuto-a até que as palavras surjam, ou se estou na rua a comprar, também tenho poucos pensamentos e reacções. As situações são como devem ser. A vida é simples. Muito poucas vezes penso no passado e a atenção está na simplicidade. O momento presente é sempre muito simples, porque só ele existe. A consciência está na simplicidade do momento presente. Há paz inclusivamente se algo não está bem.

Não carrego uma identidade. Por exemplo, na instrução espiritual as pessoas chamam-me mestre espiritual e pensam que essa é a minha identidade, mas eu vejo-o simplesmente como uma função. Quando estou com um grupo de pessoas e estou a falar, então sou o mestre espiritual, mas no momento em que saio da sala, deixo de ser o mestre e somente existe uma consciência aberta que não leva uma imagem de quem sou. Porque cada imagem que levas te conduz ao sofrimento.

Vou pela rua sem ser ninguém em particular, simplesmente um espaço consciente. Estás a passear não como uma pessoa, mas como um espaço consciente, ou estás a tomar um café não como uma pessoa, a pensar na tua história pessoal, mas simplesmente como um espaço consciente, sem levar definições constantes de quem sou ou a falar comigo mesmo da minha vida com essa voz interior que me conta coisas da minha vida: “não estou contente com a minha vida” ou coisas deste tipo, que são contos, pensamentos. (Risos) Estas complicações, não as tenho, felizmente. (Risos).

É curioso que o teu nome Eckhart, seja o mesmo que o de um místico alemão da Idade Média chamado Meister Eckhart, Coincidência?

O nome que me deram ao nascer não era Eckhart. Durante um tempo eu tive um sonho repetitivo com uns livros. Sabia que tinha sido eu quem os tinha escrito, mas quando os olhava tinham escrito na portada o nome “Eckhart”. Apesar disso eu sabia que tinha escrito esses livros. Uns dias mais tarde, eu ia a caminhar pela rua quando um amigo me cumprimentou e me chamou Eckhart. Depois disse-me: não sei, foi a palavra que me saiu da boca. Isto sucedeu na época da minha transformação espiritual e o meu nome antigo já não tinha vida. Foi o sinal de que era o momento certo de mudar. A vida deu-me esses dois sinais para o fazer.

Tradução: Lúcia

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